Rali de fim de ano?
Atualização Novembro 2023 – IBOV
Após um mês de outubro muito ruim para os principais ativos de risco – em continuidade ao desempenho dos meses de setembro e agosto – finalmente surgiu uma luz no fim do túnel.
Ontem, 01 de novembro, após a decisão do FED em manter a taxa de juros (5,25 – 5,5%) e um discurso considerado mais brando (dovish), o mercado reagiu positivamente, e continua assim no dia seguinte, no momento em que escrevo.
A principal referência do mundo para os ativos de risco, os juros de 10 anos nos EUA, cedeu, após atingir o patamar de 5% ao ano, com cotação atual de 4,70%. Parece pouco, mas a queda de 30 pontos-base é muito significativa.
Se essa tendência se confirmar nos próximos dias e semanas (queda ou estabilidade nos juros de 10 anos), a sazonalidade favorável e a queda recente devem favorecer um bom desempenho das bolsas americanas no final do ano. Essa é a minha expectativa.
O dólar index deverá ceder com a queda de juros americanos.
E o Brasil?
No dia de ontem o Copom cortou a Selic em 50 pontos-base, amplamente esperado pelo mercado (agora em 12,25% ao ano). Sinalizou mais quedas pela frente, mas alertou para o risco fiscal e um mercado externo mais complexo.
Na última sexta-feira uma declaração infeliz do presidente Lula derrubou o mercado. A dúvida agora é: foi só um soluço ou o clima político-fiscal no Brasil vai piorar de vez?
Até aqui, não tenho a resposta.
Historicamente, após o início do ciclo de corte de juros no Brasil (iniciado em agosto), a bolsa brasileira sobe em média 30 a 40% nos 18 a 24 meses seguintes.
Até o momento, o IBOV caiu, mesmo negociando em patamares muito baixos (P/L muito abaixo das médias históricas).
Será que dessa vez será diferente?
Não acredito. Acho que o movimento de alta foi apenas postergado e virá após os juros americanos cederem. Os ruídos de Brasília deverão atrapalhar a trajetória, mas nesse momento, não devem fazer muito preço. Será um problemão mais para frente.
Assim, é possível que tenhamos o rali de fim de ano.
Bolsa em alta. Juros futuros em queda. Dólar para baixo (ou “comportado”).
Após três meses de “terra arrasada” acho que o cenário ficou mais fértil para os ativos de risco no Brasil.
All-in?
Nada disso.
Evite exageros. As incertezas mundo afora, especialmente as guerras, podem gerar fatos novos e mudar o rumo dos ativos financeiros. Continue atento ao preço do petróleo!
Só não deixe os ruídos de Brasília atrapalharem suas decisões.
Aproveite com moderação.
MJR
*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.