O que esperar de janeiro (curto prazo) e do ano de 2024?
Caros leitores,
Vou dividir esse post em dois temas. No primeiro vou comentar sobre o curto prazo (mês de janeiro). Depois escrevo sobre a minha expectativa para os ativos de renda variável para o ano de 2024. Vamos lá.
Janeiro
Quem me acompanha sabia que uma correção nos mercados mundo afora era iminente e ela veio nos primeiros dias de 2024. Tudo dentro da normalidade. “Árvores não crescem até o céu”, como dizem por aí.
Então, já corrigimos o suficiente? Na minha opinião, não.
Por exemplo, o IBOV subiu de outubro a dezembro de 2023 cerca de 20%: máxima em torno de 134 mil pontos. Até aqui, corrigiu apenas 2%. Muito pouco.
No ano de 2023 as correções mais agudas do IBOV derrubaram o índice entre 7 e 15%, e duraram cerca de 2 a 3 meses (apenas a primeira semana de correção).
Importante: dentro de uma correção mais longa, em qualquer ativo, existirão dias ou semanas aonde o mercado vai subir, por vezes, de maneira intensa.
O “ideal” seria um recuo do IBOV até os 120 a 125 mil pontos. Lembrando que o ideal no mercado financeiro é quase sempre inexistente.
Assim, não sei se isso vai acontecer. No momento em que eu escrevo o IBOV testa, como suporte, o antigo topo histórico em 131 mil pontos, rompido em dezembro de 2023.
Como escrevi no últimos post, eu tinha reduzido as minhas posições compradas e aumentado meu caixa. Além disso, me posicionei no mercado futuro (minicontratos) para a proteção parcial da carteira.
Recentemente, em raros ativos tenho aumentado a posição comprada, aos poucos, especialmente para aqueles que já corrigiram mais intensamente.
No mais, vou esperar uma correção mais aguda para a recompra dos ativos parcialmente vendidos em dezembro e analisar novas oportunidades.
E as bolsas americanas?
É a mesma situação de curto prazo do IBOV. Espero por uma correção mais duradoura e intensa (5 a 10%).
O dólar frente ao real, no curto prazo, continua sem muito ímpeto para subir. Eu achava que poderíamos ter um dólar mais forte no curto prazo, mas essa premissa não aconteceu, e pelo jeito não acontecerá. A ver.
E a renda fixa no Brasil?
Para quem não tem em carteira, talvez o melhor a fazer é aguardar algum estresse futuro nos juros futuros (alta das taxas) para a compra desses títulos, pois, nos preços atuais, me parece que o bom prognóstico traçado pelo mercado já está no preço.
Ano 2024
Já para o ano de 2024 tenho uma visão bem mais otimista. E por que?
No Brasil a Selic continuará em queda, a inflação seguirá “domada”, a princípio, a atividade econômica permanecerá em bons níveis e, por enquanto, o risco fiscal está mitigado. Por enquanto. O Brasil não é para amadores!
Assim, é bolsa para cima e dólar para baixo. Sempre com muita cautela, especialmente na cotação da moeda americana. Não recomendo a venda de dólares (melhor ficar neutro). Fique muito atento a taxa de juros reais – atratividade dos gringos para o carry trade – e o risco fiscal brasileiro: maior risco indica um dólar mais forte.
E mais, estou muito otimista para o desempenho das ações cíclicas domésticas que se beneficiam de um cenário com juros mais baixos: varejo, shoppings, construção civil, etc.
No mercado americano estou mais otimista com a renda fixa, em virtude do provável FED Pivot (queda de juros), e cauteloso em relação ao mercado de ações. Explico melhor.
A renda fixa será beneficiada com o corte de juros. Ponto pacífico.
Já as bolsas americanas estão próximas das máximas e vem subindo de maneira consistente desde a crise de 2008. No início da pandemia (2020) houve um estresse agudo e intenso, mas rapidamente recuperado.
Curiosamente, existem vários estudos mostrando que as bolsas americanas têm um estresse momentâneo no início (ou um pouco antes) do começo do corte da taxa de juros pelo FED. Assim, num primeiro momento as bolsas caem por alguns meses, e depois sobem por anos, de maneira consistente.
Acho que a famosa estratégia lá fora de 60/40 poderá funcionar bem no ano de 2024, isto é, 60% em renda fixa e 40% em renda variável.
Mas é preciso fazer uma boa seleção dos ativos. Alguns ativos estão muito esticados.
O dólar no mundo tende a se enfraquecer frente às principais moedas, em virtude do FED Pivot. Esse seria o caminho natural.
Para finalizar, é possível que tenhamos muita volatilidade no mercado americano em razão do ano eleitoral. E isso afeta praticamente todos os mercados.
Fique tento e aproveite as oportunidades – exageros do mercado, tanto no otimismo, quanto no pessimismo.
Um ótimo Ano Novo para todos. Muita saúde, alegria e paz!
MJR
*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.